quarta-feira, 9 de abril de 2014

Fazendas e Sítios de Serra Negra


1916
Uma fazenda modelo que fui conhecer na Chave Pires.

O seu Juca Preto, José Antonio da Silveira, tinha muitas fazendas nos arredores da cidade, em Pedreira e Amparo.
Com suas filhas Alzira e Tita, fomos em um grupo formado pelas meninas colegas da escola e vizinhas de rua, a Rua José Bonifácio, onde morava dona Francisca Camargo, mãe do Sr. Juca Preto.

A casa da Fazenda era um casarão alto, com escadas na frente, salas confortáveis, tanto a de jantar, quanto a de visitas. O pomar era grande, cheio de árvores com as frutas da época: mangas, laranjas baianas enormes, bananeiras carregadas, já com bananas maduras no ponto. As jaqueiras carregadas de enormes jacas, para mim, constituíram-se em enorme surpresa. Jamais havia visto árvores tão pequenas com frutos tão grandes.

Passamos lá horas divertidas e bem aproveitadas, pois fomos conhecer a máquina de beneficiar café, o monjolo*, com suas águas correntes e borbulhantes.
Dona Sinhorinha, sempre muito gentil e carinhosa, quis conhecer uma por uma, as colegas das filhas. A mais velha de suas filhas, estudava na Escola Normal de Pirassununga. O Jovino estudava em casa, por uns tempos, com o braço na tipoia, pois havia caído de uma das árvores. Podia ter uns quinze anos naquela época.

Chupamos laranja, comemos pipoca, bebemos garapa, que foi moída na hora por um camarada a pedido de D. Sinhorinha. A avó, D. Francisca (Nhá Chica), não foi.
O Chicão, ainda bem moço, andava por lá, talvez ajudando o pai, que nesse dia havia ido para a fazenda Santa Maria, em Monte Alegre.
Voltamos à tardinha, contentes e cansadas das correrias pelos caminhos e pomares e, admirando a valentia dos fazendeiros, que com seus colonos, produziam e cooperavam para abundância dos celeiros do Brasil...

*monjolo - engenho rústico, movido a água, para pilar milho ou descascar café.

foto ilustrativa - Monjolo - Faz. Conde do Pinhal - São Carlos - SP

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