terça-feira, 29 de julho de 2014

Declaração de amor à minha Serra Negra


Mais uma vez venho recordar a minha saída de sua convivência.

Olhando na folhinha, vi que já se passaram cinquenta anos de nossa separação e, com muitas saudades recordo-me de você e das minhas andanças depois que te deixei. Muita coisa mudou na minha vida. Novos conhecimentos, novos horizontes, cidades mais cheias de novidades; colégios; teatros; novos divertimentos; gente nova para conhecer;  igrejas e ruas tumultuadas por gente desconhecida. Mas não me sai do pensamento aquela que jamais eu pensei em deixar um dia, em mudar-me de vez.

Um dia voltaremos. – dizia meu marido, que era professor e precisou trabalhar fora da nossa querida cidade serrana. Ele também ficou pertencendo à cidade, pelos anos ali vividos, pelo amor ao lugar e pela amizade pelas pessoas de lá. Trabalhou muito no jornal “O Serrano” como redator e colaborador. E, era muito estimado pelos diretores, os Lombardi e, mais tarde, o Sr. Romualdo Canhoni e seus filhos, de quem ficou muito amigo.

Nossos seis filhos nascidos nessa cidade, de amor e carinho pelos que se fazem estimar e trabalham para isso, sempre estão voltando a passeio e recordando o tempo que passaram na minha querida velhinha, hoje centenária. Um deles ficou ali  "plantado" junto a meu pai, Manoel Carlos de Toledo, o Nhozinho, como era conhecido, que também foi Serranegrense de alma e de coração.

Por isso tudo, minha querida velhinha, venho hoje e sempre virei, vez ou outra, recordar-me com saudades os dias vividos com você. Jamais sairá da minha lembrança o teu céu, sempre azul, as noites enluaradas, da serra gigante que ladeia o horizonte e das ruas. Da gente amiga e altaneira na tarefa de viver contribuindo para o seu crescimento e bem estar dos visitantes e amigos forasteiros.

Aqui fica, como sempre, a minha gratidão pelos benefícios alcançados, nos dias passados com você.

FIM

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